quarta-feira, 22 de setembro de 2010

A Cerva

Sonhei que o cervo ferido pedia perdão
ao caçador frustrado.
(Nemen Ibn el Barud)


De repente tu
recostada em um claro bosque
manjar sereno
intacto?

Estiquei o arco
e disparei
sobre ti
rápidas palavras
rede para caçar o inascível.

Porém nenhuma letra
foi salpicada por teu sangue:
entre um adjetivo e outro
saltaste
mais veloz que a luz da flecha.

Uma vez mais
minha palavra não alcançou a Poesia.

Ilesa
sobre o ramo de uma árvore
porém com lágrimas nos olhos
me suplicavas:
"Tenta novamente,
tenta novamente".

Eduardo Langagne

Nenhum comentário:

Postar um comentário