sexta-feira, 30 de abril de 2010

Nós

tenhamos para as coisas
à noite
a paz das resignações
tenhamos (sem loisas)
se amanhece
a turbulência das aves

sejamos múltiplos
mais que dois
depois que enternece
triplos de tudo
bocados
(só bocados) do infinito

sejamos rebeldes
com poesia
o derrubar muralhas
com trombetas
e já agora
tambores
vozes
danças
taças de vinho

rebeldes
com taças de vinho
embriagados de amor

tenhamos para as coisas
o ninho de nada

sejamos azuis
como os poetas
e doutras cores...


Filinto Elísio

Nenhum comentário:

Postar um comentário