domingo, 25 de abril de 2010

Vinho de Rosas

Dançamos, mareados de há séculos. Deslizas nos acordes dos inconfidentes e que tais. Eu, noutro balanço, faço-me de ti dolente como um Shadow Dancer. O lençol branco, branco, branco, estampa um Óscar Niemayer. O seu traço matricial, quase em linha de água. Sergey Eiseintein fez o mesmo com os seus filmes. Orson Wells esboçava-os também. Nós cá estamos. Parfum, parfum. Dançamos. Cada milímetro de chão é terra batida sem sentido. Mas com sentimento. Tu és filha do sussurro e eu, prole, destes ventos tristes. Vário outro lugar que não aquele. Noite barroca, noite também aqui antiquíssima. De campanários mudos e sisudos. De suspiros De siso consentido ao riso breve. Ó telhados das Gerais, ainda outrora fostes à morte dos ilustres, permitis ora que dancemos pelos umbrais. Mareados de vinho e de viagem. De todos os longínquos mares do corpo. Epopeia dos arfares, que estes ares são, para nós, o inebriar das horas. Inebriemo-nos. Em verso livre, tudo livre. Mareados em seu reverso…

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